20100204

beyond


Diante das páginas vazias, descrevo a cena

como se a linha do horizonte

deixasse de existir, o mar deixasse

de respirar.



Nesse instante não tenho morada nem

nome, serei apenas a infância,



a malícia,



a poeira

os cactos à beira das estradas.



Descubro a incerteza

e a palavra, o eco que ficou abandonado. Tudo

me desperta, comove, desabriga



– um lugar, uma janela,



um desamor,



o eclipse




poema de: Francisco José Viegas

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